Texto e Atuação: Vinicius Bustani
Direção: Paulo Lice
Primeiro solo da carreira de Vinicius Bustani, “Criança ferida ou de como me disseram que eu era gay” tem como tema principal o preconceito homofóbico, já naturalizado nas nossas relações mais íntimas, e suas implicações na vida de um indivíduo desde a infância até a vida adulta. Através de situações cotidianas, que misturam relatos biográficos e ficção, a narrativa evoca momentos e imagens da infância, que marcam o começo da percepção do bullying, que assume que o desejo divergente da heteronormatividade é errado, e versa sobre os tipos de danos que isso causou em Vinicius e pode causar em crianças e adolescentes que começam a aprender sobre si dessa forma. A peça lança mão do gênero documental para falar sobre o isolamento que se impõe às crianças e adolescentes que não se enquadram nos padrões de comportamento heteronormativos. A ideia é alertar para a necessidade de uma revisão de hábitos, chavões e até boas intenções que acabam por criar gerações de crianças solitárias, confusas, com sensação de isolamento e falta de lugar no mundo.